23/03/2016

DESIGN VENDE: O QUE É BONITO, MOSTRE. O QUE NÃO É, ESCONDA.















Existe um conceito de lojas com fachadas totalmente transparentes que é muito difundido e utilizado pelo poder de transformar todo o interior da loja em uma imensa vitrine. Sem dúvida, expor a loja em toda sua totalidade, é uma ótima opção para chamar a atenção do público, entretanto, para que o feitiço não se volte contra o feiticeiro, é importante ter cuidado para que toda essa transparência não mostre coisas, digamos, comprometedoras e indesejáveis, que estariam muito melhor escondidas no conforto do anonimato.


Cestos de lixo com excesso de peso, tomadas jorrando fios que deslizam casualmente pelo chão da loja, caixas de papelão viajadas com mercadorias que ainda não foram guardadas e a visão sem censura de todo o funcionamento do caixa. Com certeza, são pecados mortais ou cenas íntimas que qualquer loja absurdamente transparente pode estar, involuntariamente, expondo a seus clientes e também, aos amigos do alheio. 

Manter uma loja impecável o tempo integral não é uma tarefa impossível, mas todos sabem o quanto é difícil. Existem padrões de lojas criados e desenvolvidos para que realmente sejam expostos ao público e não adianta reclamar, pois este é o procedimento imaginado desde sua concepção. Entretanto, existem lojas que estariam muito melhor apresentadas, se a fachada fosse seletiva naquilo que expõe.  Se o caixa é demasiadamente exposto e é difícil alterar sua posição, basta esconder, disfarçando os procedimentos internos, para que não chamem muita atenção sobre o assunto. 

Ao vermos uma imagem, a primeira impressão é o resultado do conjunto. A composição do conjunto, por sua vez, é feita pela somatória de detalhes, que podem ser positivos ou negativos. O resultado, portanto, além de sensitivo, é matemático. Para não sair perdendo no final das contas, é importante diminuir o "desculpe nossa falha" e as áreas de transparências inúteis e comprometedoras, para que seja multiplicado aquilo que a loja tem de mais bonito. Pois, o que é bonito, e somente o que é bonito, deve ser mostrado ao público.

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